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CPI do MST tem bate-boca entre Gleisi e Salles e recusa de G. Dias em falar sobre a ditadura


Os primeiros minutos do depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, na CPI do MST foram marcados por um bate-boca entre deputados governistas e membros da oposição, especialmente entre o relator do colegiado, deputado Ricardo Salles (PL-SP), e a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT). A discussão teve início logo na primeira pergunta, após o ex-ministro do governo Bolsonaro questionar o depoente se o início da ditadura militar teria impulsionado a carreira do militar. “O que me impulsionou na minha carreira foi vocação de ser soldado e uma necessidade da minha família. Entrar nessa situação se foi bom ou foi ruim, é polêmico, e não gostaria de entrar nesta seara. (…) Deputado, isso não é objeto da comissão. O Exército pauta a sua conduta em cima da hierarquia, disciplina e cadeia de comando, amalgamado pelos valores éticos”, disse Gonçalves Dias, sendo aplaudido por governistas.


Salles continuou questionando se ele considerava que “o movimento de 64 foi negativo ou positivo”, ouvindo nova negativa do ex-ministro do GSI, que alegou querer se concentrar em perguntas sobre o Movimento Sem Terra (MST). Na sequência, o deputado chegou a sugerir que a falta de posicionamento seria uma traição do ministro e voltou a questionar sobre 64: “Vou perguntar novamente, é a última oportunidade. Os militares seus colegas estão assistindo”, alegou o relator, que foi interrompido por Gleisi, que alegou que a pergunta não teria pertinência com o tema. “A senhora fala na sua vez”, rebateu Salles, dando início a um bate-boca que se estendeu por longos minutos. A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) também entrou na discussão e afirmou que Ricardo Salles defendeu “um regime que fechou o Congresso Nacional”. “O senhor cale a boca que estou usando meu tempo de fala”, disparou a deputada. Em outro momento, Gleisi Hoffmann também interrompeu Ricardo Salles e apresentou uma questão de ordem, falando em constrangimento do depoente e pedindo desculpas pelo bate-boca generalizado.

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