O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que a inflação apresentou uma melhora recente, mas que grande parte desse resultado foi possível por meio de medidas do governo federal.
“Entendemos que a inflação teve alguma melhora recente, mas grande parte da melhora foi por medidas do governo. Mas entendemos que ainda tem um elemento de preocupação grande e a mensagem é que a gente precisa combater este processo, entendendo que vamos passar por três meses de deflação, muito provavelmente, mas que a batalha não está ganha”, disse Campos Neto.
A declaração foi feita nesta segunda-feira (5) durante o evento Prêmio Valor 1000, promovido pelo jornal Valor Econômico.
Campos Neto também falou sobre as previsões de crescimento da economia brasileira em 2022. Segundo o presidente do BC, após o resultado do PIB no segundo trimestre, onde o indicador registrou crescimento de 1,2%, a expectativa é de que mais revisões positivas ocorram.
“Acreditamos que vamos ver revisões para cima desse número de crescimento, principalmente, quando incorporamos esse segundo trimestre e olhamos para o que pode ser o terceiro e quarto trimestres”.
Sobre a taxa básica de juros, a Selic, Campos Neto afirmou que a instituição financeira do país ainda não pensa em uma queda de juros no atual momento, mas sim combater a inflação. “A gente não olha, não pensa em queda de juros neste momento, pensamos em finalizar o trabalho, que significa convergir a inflação”.
O presidente da instituição, no entanto, reiterou que a batalha contra a inflação ainda não está ganha e que o BC “navega em um ambiente de incertezas”.
“O BC continua navegando em um ambiente de alta incerteza, em que a gente precisa, a gente não faz a política monetária, mas usamos ela como input dos modelos, essa incerteza, a medida que ela vai clareando a gente consegue comunicar com um horizonte mais longo. O que estamos dizendo agora é que vamos ser persistentes e vigilantes”, disse.
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