O país das maiores ligas esportivas se planeja para avançar em novos caminhos na modalidade mais popular do planeta, o futebol. Começa neste sábado a temporada 2023 da Major League Soccer, apresentando novidades como a adição da equipe estreante St. Louis City SC e o acordo para transmissões em streaming, por aplicativo.
Serão 29 times divididos entre as Conferências Leste e Oeste. A MLS 2023 envolve toda a América do Norte: além das equipes dos EUA, a liga conta com três representantes do Canadá (CF Montreal, Vancouver Whitecaps FC e Toronto FC), e jogadores e torcedores mexicanos.
Há portanto a mesma dinâmica da Copa do Mundo de 2026, que será realizada em sedes dos três países. A MLS promoveu na quarta-feira um evento em Nova York para apresentar a 27ª edição da temporada regular. Os organizadores da liga não escondem que o futebol profissional nos Estados Unidos tem como farol a próxima Copa do Mundo.
— O caminho para 2026 é combustível para todo o ecossistema do futebol nos Estados Unidos, não apenas para a MLS. Estamos esperando que essa enorme energia e essa empolgação borbulhante explodam de vez quando a Copa do Mundo estiver aqui. Queremos que seja o pontapé inicial para o futuro do futebol na América do Norte. Ligas maiores e mais populares, mais torcedores, mais interesse, mais envolvimento cultural. Se a Copa for bem administrada, as oportunidades são infinitas para o futebol nos EUA — disse o comissário da MLS, Don Garber.
Há historicamente uma fila de interesse do público americano que sempre atrapalhou maiores ambições do "soccer" nos Estados Unidos. Difícil imaginar que futebol americano, basquete, beisebol e o hóquei percam espaço para uma outra modalidade.
Por isso, a MLS busca estratégias globais para soluções caseiras. Experimentar novas possibilidades é o caminho encontrado para as transmissões, por exemplo. Todo ano, o torcedor precisa ficar atento para saber em que emissora será transmitido o jogo do seu time. Nesta temporada, pela primeira vez, haverá uma plataforma única, streaming.
O alto número de participantes também não preocupa a direção da liga, que vê vantagens no crescimento da competição.
— Francamente, não acho que nenhum de nós na comunidade do futebol dos EUA ou ao redor do mundo imaginaríamos que seríamos a maior liga do mundo hoje, com 29 participantes. O crescimento tem sido uma grande parte do motor que impulsiona as oportunidades, e o que esse esporte pode ser e o que será nas próximas gerações — disse o comissário Don Garber.
Carolyn Kindle, proprietária do time estreante, St Louis City SC, revelou que sua franquia significou um investimento de cerca de 1 bilhão de dólares (R$ 5,1 bilhões), incluindo centro de treinamento, o novo City Park Stadium (capacidade para 22.500 torcedores) e um prédio administrativo.
Ela destacou que o objetivo inicial do novo integrante da MLS é focar na experiência do torcedor como um consumidor de entretenimento. Para além de um time competitivo em campo, as vendas fora dos gramados são fundamentais para o plano do novo clube.
— Planejamos fornecer a melhor experiência possível para o torcedor no dia do jogo, usando tecnologia de ponta. Queremos criar uma experiência única de consumo em evento esportivo. Pesquisamos os novos hábitos depois da pandemia e vimos que as pessoas estão mais resistentes a filas, e ao toque físico em locais públicos — contou Carolyn Kindle.
A MLS ficou marcada na última década por abrigar grandes estrelas internacionais em seus fins de carreira. Thierry Henry, Juninho Pernambucano, David Villa, Bastian Schweinsteiger e tantos outros grandes jogadores emprestaram prestígio e qualidade para a liga.
Mas os tempos são outros. Com nível técnico consolidado e situação financeira cada vez melhor, os times da MLS conseguem captar jovens como o atacante argentino Martin Ojeda, de 24 anos, do Orlando City.
Thalles Magno, cria do Vasco, hoje com 20 anos, é uma das atrações do New York City FC. Ele foi campeão em 2021 com o time de Nova York.
Thiago Almada, meia ofensivo do Atlanta United, é um dos motivos de orgulho da liga. O jovem argentino de 21 anos foi campeão mundial no Qatar e se tornou o primeiro vencedor de uma Copa do Mundo a estar atuando pela liga americana de futebol.
— O que está acontecendo no desenvolvimento de jogadores neste país é extraordinário. O jogador doméstico, nos EUA e no Canadá, é fundamental para o nosso futuro. Temos que garantir que continuaremos investindo nisso e desenvolvendo jogadores de elite — declarou Todd Durbin, diretor de Competições e Relacionamento com os atletas.
Comments