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O Nó dos Juros: O efeito bola de neve e como a dívida pública cresce duas vezes por causa do rombo fiscal




Para além do impacto na atividade econômica, a taxa Selic pode deflagrar um efeito bola de neve nas contas públicas: rombo fiscal gera juros maiores que geram mais rombo fiscal.

O setor público tem uma dívida trilionária. Dados do Banco Central mostram que a dívida líquida supera os R$ 7 trilhões.

Essa dívida cresce à medida que o governo gasta mais que arrecada, e o Tesouro precisa tomar mais empréstimos para continuar quitando compromissos.

Esse rombo nas contas públicas gera desconfiança do investidor, o que ajuda a elevar a inflação.

Para responder a esse problema, o BC aumenta os juros. Só que boa parte da dívida do governo é atrelada à própria taxa Selic, e o rombo fiscal começa a gerar o efeito bola de neve nas contas públicas.

Em 2023, o Tesouro Nacional pagou R$ 816 bilhões em juros da dívida pública. Se fosse o orçamento de um ministério, seria simplesmente o segundo maior do governo brasileiro — atrás apenas da Previdência Social.

Para o setor privado, o efeito é o mesmo. Empresas e famílias também pagam mais juros quando a taxa Selic sobe — ou deixa de cair. Isso porque fica “mais caro” estar endividado quando os juros aumentam.

Para uma pessoa, o aumento dos juros “come” parte do orçamento, e pode deflagrar um efeito dominó: com menos dinheiro, a pessoa pode simplesmente adiar pagamentos e ficar inadimplente.

Para uma empresa, o juro elevado também pode mudar planos, já que o financiamento mais caro pode inviabilizar o plano de uma nova filial ou de um investimento.

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