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Âncora encerra programa e deixa debatedores falando sozinhos

Em quase todas as edições do programa 'Opinião', o apresentador William Travassos encerra sem se despedir dos debatedores. Até porque os três estão falando ao mesmo tempo, sem se entender.


O telespectador não sabe em quem prestar atenção. Fica sem conclusão o confronto de ideias entre o representante do pensamento progressista e antibolsonarista, Fabio Piperno, e o defensor das pautas da direita e do presidente, Marco Antonio Costa.


A confusão pode fazer parte da estratégia da atração. Um atrito combinado para impressionar o público e gerar repercussão. Autêntico ou não, o embate ruidoso entre os engravatados é interessante.


O jornalista e o advogado injetam dose generosa de cinismo e deboche nos comentários a fim de provocar um ao outro. Não faltam também caretas e gestos.


Na edição da sexta-feira, dia 19, por exemplo, Piperno e Costa debateram a respeito da influência das religiões na campanha presidencial. Assunto relevante pouco desenvolvido em outras emissoras.


Faltou apenas concluírem o enfrentamento de opiniões. Aquele frequente rebuliço nos segundos finais remete a uma atração de humor popularesco, e não a um programa jornalístico.


Teatralidade à parte, a pluralidade se impõe ao longo dos 30 minutos do programa, algo raro de se observar na concorrência, especialmente na GloboNews e CNN Brasil, onde quase todos têm o mesmo ponto de vista ao fazer análises, sempre à esquerda no espectro político.


O jornalismo exige diversidade e o contraditório. Quanto mais, melhor. O ‘Opinião’ não se aprofunda nas temáticas, mas cumpre a função de oferecer pelo menos dois lados da notícia — que pode ter vários outros.



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